quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Sala 3-Realidade Escolar e Trabalho Pedagógico

MUNICÍPIO: Campo Grande

SALA AMBIENTE: 3

TURMA: B

ATIVIDADE: 7

CURSISTA:Neila Andrade Tostes López dos Santos

DATA DE POSTAGEM:29/6

PROFESSOR (A): Regina Célia Magalhães

Atualmente o cargo de direção escolar é ocupado por professores concursados com estabilidade, não existe concurso público, na gestão da Secretaria de Municipal Educação de Mato Grosso do Sul. Em síntese, é “indicação política”, o que torna o processo um tanto temerário, fato pelo qual não se avalia a capacidade para se ocupar tal cargo, é um processo subjetivo, injusto e que compromete o futuro da Educação. Houve um tempo que até foram realizadas provas com os professores candidatos a gestor, a certificação, como se relatava e que aqueles que obtivessem êxito, mas no momento não assumisse a direção, ficaria em um banco de dados, aguardando uma oportunidade.

Por fim, notamos que tal conduta não ocorre em várias unidades da federação, como exemplo, o Estado de São Paulo, onde o cargo de diretor é preenchido por meio de concurso, estando de acordo com os preceitos emanados da Constituição da Republica Federativa do Brasil.

Nas escolas, existem órgãos como a APM e conselhos escolares, que contam com a participação da comunidade escolar e também local, com pais de alunos, professores, equipe técnica e alunos. Essa participação tem como objetivo fiscalizar as decisões tomadas pela gestão para que se tenha clareza e divulgação dos atos registrados em ata, isto significa que a sociedade civil tem papel importante na gestão democrática. Muitas vezes é complicada a participação da comunidade local devido à atividade profissional dos participantes, ou seja, não exercem seu papel deixando que a comunidade escolar resolva os problemas, acredito que não tenham uma real noção da importância destes órgãos nas escolas e acabam contribuindo pouco para uma gestão democrática.

A gestão administrativa, representada pelo diretor (a), faz o controle financeiro da instituição, entradas e saídas de dinheiro, faz projeções, planejamento de gastos e futuros investimentos, verbas estas que a escola recebe de programas como PDE, PDDE e outros. Todo este planejamento de gasto está atrelado no pedagógico, articulado pelo diretor (a) adjunto (a), mas ambos devem ter um trabalho integrado, possibilitando que as informações das entradas e saídas de dinheiro sejam divulgadas a toda comunidade escolar. Os programas aos quais as escolas estão vinculadas propõem o desenvolvimento da escola, com os recursos recebidos, a gestão planeja seus gastos em melhorias que direta ou indiretamente estão ligados ao ensino, como laboratórios, informatização, internet com conexões mais rápidas, materiais didáticos etc.

A questão da organização administrativa e pedagógica da escola está relacionada às relações entre equipe técnica, professores, alunos e comunidade. Hoje se fala muito em gestão democrática da escola que, apresenta algumas características como a descentralização, participação, respeito, diversidade de idéias, decisões colegiadas. Partimos do principio que a escola para ter uma gestão democrática, é preciso compartilhar, discutir, ouvir, socializar, colaborar, opinar, reagir, mudar. Mas na realidade quando surgem problemas na prestação de contas, os primeiros a serem acusados são os gestores, por isso desenvolve a tendência de concentrar em suas mãos todas as medidas e decisões, apresentando um comportamento autoritário que já vai se firmando no imaginário dos que convivem na escola como característica inerente ao cargo que exerce (Paro, 1997:100-101).

As escolas municipais têm um projeto político pedagógico, que deve estar em consonância com os princípios éticos, políticos e estéticos previstos nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil e Ensino Fundamental. Para André (2001, p. 188) o projeto pedagógico não é somente uma carta de intenções, nem apenas uma exigência de ordem administrativa, pois deve "expressar a reflexão e o trabalho realizado em conjunto por todos os profissionais da escola, no sentido de atender às diretrizes do sistema nacional de Educação, bem como às necessidades locais e específicas da clientela da escola"; ele é "a concretização da identidade da escola e do oferecimento de garantias para um ensino de qualidade". Segundo Libâneo (2001, p. 125), o projeto pedagógico "deve ser compreendido como instrumento e processo de organização da escola", tendo em conta as características do instituído e do instituinte. Segundo Vasconcellos (1995), o projeto pedagógico:

é um instrumento teórico-metodológico que visa ajudar a enfrentar os desafios do cotidiano da escola, só que de uma forma refletida, consciente, sistematizada, orgânica e, o que é essencial, participativa. E uma metodologia de trabalho que possibilita resignicar a ação de todos os agentes da instituição (p. 143).

Após várias reuniões, tem inicio a elaboração do Projeto Político Pedagógico, no início de 2004, com a divisão do trabalho entre a equipe técnica e professores, todos envolvidos no processo educativo da escola. Na sua elaboração foram previstos os objetivos do trabalho pedagógico, concepções, características da comunidade local, descrição do espaço físico, relação de profissionais, especificação de cargos, funções, habilitação e níveis de formação, regime de funcionamento, proposta de articulação da escola com a comunidade local. Alguns profissionais da educação ficaram responsáveis por propostas baseada na organização, trabalho, concepções, avaliação etc. Em outro momento foi apresentado o Projeto para toda a comunidade escolar, posteriormente a comunidade local.

Na minha concepção os representantes da APM, instituição auxiliar da escola, que colabora no aprimoramento do processo educacional, na assistência ao escolar e na integração família-escola-comunidade, deveriam participar efetivamente do processo de elaboração do projeto, pois tem um papel importantíssimo dentro da escola, mas isto não vem ocorrendo durante a produção do mesmo. Os conselhos não participaram na elaboração do PPP em 2004, eles não existiam nas escolas, senão seriam tão importantes quanto a APM.

O âmbito escolar, a gestão tanto administrativa quanto a pedagógica é cobrada por alunos e professores quanto a sua organização, prestação de contas, materiais pedagógicos, espaço físico em condições assim como mobiliários. Esta cobrança se faz necessária, pois é desta maneira que buscamos a qualidade na educação, almejando que todas as dimensões da escola, ambiente educativo, planejamento e avaliação, aprendizagem, acesso e permanência dos alunos na escola e espaço físicos estejam em sintonia. Só assim a educação poderá exercer seu papel social de forma democrática, com participação da comunidade escolar e local, órgãos colegiados na assistência e fiscalização e todos em prol da formação dos alunos e sua cidadania.

Referência:

ANDRE,M. E. D. O projeto pedagógico como suporte para novas formas de avaliação. IN. Amélia Domingues de Castro e Anna Maria Pessoa de Carvalho (Orgs.). Ensinar a Ensinar. São Paulo, 2001.

LIBÂNEO, J. C. Organização e Gestão da escola: teoria e prática. Goiânia: Alternativa, 2001.

VASCONCELLOS, C. S. Planejamento: Plano de Ensino-Aprendizagem e Projeto Educativo. São Paulo: Libertat, 1995.

VEIGA, I. P. A. (Org.) Projeto político-pedagógico da escola: uma construção possível. 23. ed. Campinas: Papirus, 2001.

PARO, V. Gestão Democrática da Escola Pública. São Paulo: Ática, 1997.

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